sábado, 30 de abril de 2011

O Picolino (Top Hat), por Houldine Nascimento e Silva


Baseado em uma peça teatral de Alexander Faragó e Aladar Laszlo, basicamente é uma história sobre um dançarino estadunidense, Jerry Travers (Fred Astaire), que é convidado por um empresário chamado Horace Hardwick (Edward Horton) para protagonizar um espetáculo em Londres. Durante a estadia na capital inglesa, Jerry conhece a bela Dale Tremont (Ginger Rogers). Ele está sapateando num quarto de hotel, logo acima do da Srta. Tremont, o que a incomoda. A dama sobe até o andar em que Travers está para reclamar do barulho. Esse encontro desperta o interesse dele, que não desistirá até conquistá-la.

Dale havia recebido um convite de Madge (Helen Broderick), esposa de Horace, para ir a Veneza. Por uma confusão que se dá quando Tremont pede informação a um funcionário do hotel, ela confunde Horace com Jerry, o que faz com que parta imediatamente para a cidade italiana, que será local de mais trapalhadas.

Este é o quarto de uma série de dez filmes em que a dupla Astaire/Rogers contracena. Dirigido por Mark Sandrich, é uma história divertida, bem narrada, apesar de algumas inverossimilhanças, como a tentativa frustrante de se reproduzir a cidade de Veneza (o que é perdoável pela época em que foi realizado). Alguns questionam “O Picolino” pelo fato de ter sido feito durante a Grande Depressão e não se referir a isso, o que é pura bobagem. A verdade é que se trata de um belíssimo musical, sendo, inclusive, referência no gênero.

A fita ainda chega a dialogar com a comédia maluca, gênero típico dos anos 30-40, quando, a partir de um equívoco, se desencadeiam situações engraçadas. Ademais, é sempre bom ver o mestre da dança Fred Astaire em um de seus melhores momentos, junto com a habitual parceira Ginger Rogers, ambos esbanjando elegância (é incrível como eles fazem tudo parecer fácil).

Repleto de apresentações memoráveis, como a seqüência no hipódromo, sob a chuva, em que o casal dança ao som de “Isn't This a Lovely Day?”. Ou então o número de “Cheek to Cheek” na Veneza do estúdio, composições do saudoso Irving Berlin. Há, ainda, a presença de figuras excêntricas e, portanto, engraçadas como o mordomo Bates (Eric Blore), o estilista italiano narcisista Alberto Beddini (Erik Rhodes) e Madge, a mulher cínica.

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