sábado, 30 de abril de 2011

My Fair Lady, por Maria Eduarda Tavares de Lyra Menezes



Inspirados na adaptação feita por George Bernard Shaw de “Pigmaleão”, mito grego no qual um escultor se apaixona pela sua obra, Alan Jay Lerner e Frederick Fritz Loewe combinaram música com diálogos espirituosos e deram origem a “ My Fair Lady”, um dos maiores musicais da história do teatro. Com estréia no Mark Hellinger Theatre em 1956, a peça despertou interesse da Warner Bros, que comprou os direitos de filmagem por 5,5 milhões de dólares.

Com figurino de Cecil Beaton, trilha de A. Previn, direção de George Cukor e contando com Audrey Hepburn, Rex Harrison e Stanley Holloway no elenco, “My Fair Lady” foi vencedor de 8 oscars e teve recorde de vendas de entradas. O filme encanta os olhos com os magníficos figurinos e as excelentes interpretações. Cukor, famoso como diretor de mulheres, ajudou Audrey a se superar em seu poder de atuação, o que fica explícito nas cenas na qual a personagem se veste como uma verdadeira dama e encanta a todos. As roupas utilizadas pelas damas da corte inglesa são de grande destaque no filme, todos os chapéus, vestidos, casacos e jóias são magníficos e foram desenhados pelo próprio Beaton, expressando toda a classe e o ar romântico da época. As músicas são de belíssima composição e adequação com os sentimentos das personagens, o que faz de “My Fair Lady” um musical tão conhecido e premiado.

A história se passa em Londres, onde a pobre jovem Eliza Doolittle (Audrey Hepburn), vendedora de flores do Covent Garden, encontra o Sr. Higgins, professor de linguística que acredita na tese de as pessoas serem julgadas pelo modo como falam. Após apostar que é capaz de transformar a pobre jovem em uma verdadeira dama e ensiná-la a pronunciar um inglês perfeito, o Professor Higgins leva Eliza para a sua casa e a passa diversos exercícios de fonética. Ao tentar fazer as pronúncias do modo correto, Eliza pratica os exercícios passados pelo professor e é aqui onde se encontram as cenas mais cômicas do filme.

Com o convívio que os dois possuem durante a história, surge uma expectativa do provável romance entre o professor e sua aluna. Porém, não se demonstra explicitamente o amor entre as personagens; este fica subentendido no comportamento do professor quando Eliza foge de casa e nas músicas cantadas por ambos durante a trama. Alan Jay Lerner afirma ter tido dificuldade em escrever uma música sobre os sentimentos do Prof Higgins por Eliza, pois teria que escrever uma música de amor que não fosse uma música de amor. O resultado obtido foi a canção “I’ve grown accustomed to her face” que explicita muito bem o amor escondido que o Professor possuía pela Senhorita Doolittle.

O filme é como um conto de fadas. A personagem principal passa por uma transformação bem ao nível do clássico “Cinderela”, entrando em contato pela primeira vez com a alta sociedade inglesa. Além da excelente trilha sonora que expressa perfeitamente os sentimentos das personagens, o filme possui uma atmosfera romântica, e, com um figurino repleto de vestidos e jóias lindíssimas, faz com que o público queira participar da sua história e é por isso que fez tanto sucesso.

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