sábado, 30 de abril de 2011
Gilda, por Jonathan Wolpert
O filme dirigido por Charles Vidor, é considerado um marco do film noir e para a época em que o filme foi exibido, um dos filmes mais provocantes de todos os tempos. Boa parte desse clima provocante acontece graças a belíssima atriz Rita Hayworth que executou o papel de Gilda com perfeição, criando uma das cenas clássicas do cinema mundial, em que a personagem canta “Put The Blame on Mame” (dublada por Anita Ellis).
O filme se passa na Argentina e conta a história Johnny Farrel (Glenn Ford), narrada pelo mesmo, a partir do momento que é salvo de um assalto pelo Ballin Mundson (George MacReady), e se torna amigo do Ballin que o leva pra ser gerente de seu clube noturno, que na verdade é um Cassino às escondidas. A amizade dos dois é abalada quando Ballin volta de uma viagem casado com Gilda, que descobrimos que ela já teve um caso no passado com Johnny.
Gilda, começa a causar grandes confusões na vida de ambos os homens (outro fato que a marca como a grande Femme Fatale de todos os tempos) quando começa a sair com outros homens apenas pra causar ciúmes no Johnny, que foi encarregado por Ballin à cuidar dela e mante-la segura e fiel ao marido. A trama começa a se complicar quando Ballin começa a sentir ciúmes de Gilda, que o mesmo admite estar completamente apaixonado, fazendo com que as coisas se compliquem entre Gilda e Johnny, que reacendem a paixão que tinham antes.
Ballin decide forjar a sua morte pra se livrar de um assassinato cometido pelo mesmo. Após esse incidente, Gilda e Johnny se casam, e começam novamente uma relação extremamente conturbada, até a volta de Ballin, que decide matar os dois, e acaba sendo morto por um personagem até então insignificante, o Tio Pio, que acaba matando o Ballin. Logo após, Gilda e Johnny vão embora juntos, fazendo com que o final do filme seja extremamente rápido, que realmente poderia se desenrolar mais.
Não podemos esquecer do envolvimento de Ballin com um cartel, que dava ao filme certo ar policial, pertinente nos filmes noir. Outro ponto importante na caracterização do filme noir, é a forte inspiração nos filmes do expressionismo alemão, filmados em preto-e-branco e com um contraste extremo. O film noir também conta com grande influência do realismo poético francês, com seus temas de fatalismo e injustiça.
Podemos fazer uma breve análise psicológica da personagem de Gilda e concluir que se trata de uma mulher extremamente movida pela paixão, desespero e medo. Em uma das frases do filme, ela fala: “Eu te odeio tanto que seria capaz de me destruir só para te levar para o fundo comigo”, mostrando um certo medo em relação ao Ballin, e uma paixão profunda pelo Johnny.
Considerado extremamente ousado para os anos 40, desafiando a censura, quando Gilda canta “Put The Blame on Mame” e acaba tirando as suas luvas, criando também uma das cenas mais sexys da história do cinema.
O filme foi divulgado com a frase “Nunca houve uma mulher como Gilda”, e realmente concordo que jamais na história do cinema, vi uma personagem tão forte e certa dos seus desejos, e disposta a fazer tudo pra conseguir seus objetivos, uma verdadeira Femme Fatale.
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