segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Nostalgia em Paris", por Thaizy Isabelly


Nostus quer dizer voltar para casa. Algia significada dor não localizada, o longing em inglês. A nostalgia iniciou-se na modernidade, com a mudança da concepção do tempo. Ulysses por exemplo sentia saudades, mas não era nostalgia. A concepção da antiguidade era diferente, era cíclica. Na idade média, tudo era só um grande presente até o dia que chegasse o apocalipse. Agora não, na idade moderna começamos a desejar um progresso. Mas tinham aqueles que nunca ficavam satisfeito. “Eu prefiro não olhar para os descendentes liberados, mas sim para os antecedentes escravizados”

Svetlana Boym no seu livro “The future of Nostalgia”, divide a nostalgia em duas. A nostalgia restauradora, o tipo mais restaurador e que quer retornar ao passado. Com essa é necessário ter cuidado, porque às vezes  alguns grupos embasados nessa nostalgia criam teorias da conspiração e inventam um bode expiatório como os judeus no nazismo.  A outra é uma nostalgia mais crítica, a nostalgia reflexiva, a do camp e do pastiche. Que olha para o passado, mas com certa ironia ou critica.

A nostalgia é refletida na arte de uma maneira geral, o cinema não é exceção. De acordo com Pam Cook, sempre existiram filmes nostálgicos, mas nas ultimas décadas, houve um considerável aumento. Filmes como “Longe do Paraíso”, “Amor à flor da pele” ou “Maria Antonieta”.

 Mas nesse ano, um filme que chamou atenção e ilustra bem a divisão de Svestlana foi “Meia-noite em Paris”. No filme, o personagem principal é extremamente nostálgico. Ele deseja viver numa época que nunca viveu, em um lugar que ele não vive. Ele escuta musicas antigas, lê livros da época que gostaria de viver... Até o dia em que realmente consegue ir para época que gostaria de ter vivido. Ao ir para outra época o personagem descobre que as pessoas lá também sentem nostalgia por outra época. Apesar da moral forte imposta nesse filme (“Viva o presente!”), há uma maneira como o personagem troca de nostalgia, da restauradora para a reflexiva. Antes, o personagem não conseguia conquistar nada, sempre lá, melancólico, sonhando em viver em outra época. Já quando ele muda, a nostalgia dele não é mais tão “conservadora”, ele não quer mais voltar ao passado, agora é algo como ter o passado dentro de si, mas para ter alguma esperança, ver no passado uma conexão com o presente e o futuro

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