Faça a coisa certa se passa em um bairro de maioria negra, onde os dilemas de aceitação e o preconceito entre os próprios negros encontram-se latentes. O filme aborda problemas cotidianos da comunidade negra, através de alguns personagens caricaturais e estereotipados, fazendo menção a ativistas como Martin Luther King.
O desenrolar do filme realmente começa no momento em que o negro Buggin’ Out inicia um boicote a pizzaria do ítalo-americano Sal, por reclamar da ausência de personagens negros entre os homenageados do estabelecimento. O boicote ganha a adesão de Radio Raheem, um negro bastante conhecido na comunidade por andar pelas ruas ouvindo, em alto volume, um hip hop engajado em seu rádio. Os dois vão à pizzaria de Sal provocá-lo e terminam incitando o mesmo a destruir o rádio de Raheem, que parte para agredir o dono do estabelecimento. A confusão culmina com o enforcamento e morte de Raheem por policiais na tentativa de apartar a briga.
Era o que faltava para incitar a comunidade à violência. E o conflito passa a se tornar uma questão racial. O até então pacífico entregador de pizzas, Mookie, também negro, foi o primeiro a depredar a pizzaria, que terminou incendiada. O grande questionamento giraria em torno de até que ponto uma minoria poderia fazer uso de uma violência defensiva, a fim de quebrar uma “hegemonia opressora”. Seria até pertinente, não fosse o fato da confusão girar em torno de uma discussão banal, onde o negro é, mais uma vez, vitimizado. Incoerentemente, fica subtendido ter sido feita a coisa certa.
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