quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

“Repo! The Genetic Opera”, por Roberto Salgado Junior



“Repo! The Genetic Opera” é um musical distópico dirigido por Darren Lynn Bousman (famoso por dirigir três filmes da franquia “Jogos Mortais“). A opera-rock inspirada em um musical para teatro idealizado por Terrance Zdunich se passa no ano de 2056, onde um vírus que causa a falência múltipla dos órgãos se espalhou pelo mundo. Se aproveitando da doença global, uma corporação especializada na criação de órgãos sintéticos oferece a reposição a preços abusivos divididos em várias prestações que, na maioria das vezes, terminam por obrigar a empresa a contratar “Repo Men“ (assassinos treinados) para tomarem os órgãos com pagamentos em atraso.

O filme tem um ambiente completamente distópico, as cidades são construídas no topo de uma quantidade imensa de cadáveres, os prédios e as ruas sempre tem a aparência de abandonados, destruídos e o céu sempre está nublado.
A cultura também muda de uma maneira assustadora: agora são valorizados os órgãos sintéticos ao invés das roupas de designers famosos, as pessoas acabam por se tornarem viciadas nas cirurgias para reposição dos órgãos.

Repo! também se apropria muito do conceito do grotesco, principalmente nas personagens dos três herdeiros da corporação responsável pelos órgãos sintéticos, a personagem de Paris Hilton, Amber, é viciada em cirurgia plástica, Pavi, seu irmão é ninfomaníaco e Luigi se ocupa de assassinar pessoas saudáveis para roubar seus órgãos. Por ser um musical, quase não existem diálogos: as cenas mais importantes para a trama são completamente musicadas. As músicas tem uma veia de Rock pesado e ainda agregam elementos da música eletrônica, Jazz e a Ópera, o filme conta com a participação da cantora Sarah Brightman.


O filme tem um clima imensamente sombrio, e não tem um final feliz como a maioria dos musicais, é como um grande pesadelo. Seu clima distópico, e os elementos grotescos casam bem com o rock estilizado e o teor sombrio e desesperador da história colocam o espectador diante de um futuro pouco animador.

Nenhum comentário: