quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

“O eterno retorno à nostalgia. Nietzsche, Meia noite em Paris”, por Pedro Falcão


Um dos aspectos do Eterno Retorno diz respeito aos ciclos repetitivos da vida: estamos sempre presos a um número limitado de fatos, fatos estes que se repetiram no passado, ocorrem no presente e se repetirão no futuro, como por exemplo, guerras, epidemias.” (Http://pt.wikipedia.org/wiki/eterno_retorno)

            E uma vontade pertencente a todo ser humano, voltar ao passado.

            A maioria de nós tem um sentimento de admiração em relação a um tempo que não vivemos e que utopicamente parece ser melhor que o nosso presente. Muitos roqueiros nascidos nos anos 80 em diante nutrem um fervor pelos anos 60, por toda sua rebeldia e quebra de paradigmas sociais e musicais. Pelo Flower Power, pelo movimento hippie, pelo surgimento de bandas como The Doors, Led Zeppelin, The Beatles, Jimi Hendrix, Janis Joplin, etc.

Para o protagonista do filme “Meia noite em Paris”, do diretor Wood Allen, paris dos anos 20 era a época de ouro das artes, Gil, um escritor e roteirista americano fã de Hemingway e completo saudosista, viaja a capital francesa com sua noiva e seus sogros, e para fugir das conversas conservadoras republicanas a respeito de assuntos diversos desprovidos de qualquer viés artístico ou intelectual( desde a guerra do Iraque ao desprezo pela França e pelos franceses), Gil sai para conhecer as ruas da cidade. No badalar das doze horas, uma carruagem cruza seu caminho e lhe leva a paris dos anos 20, lá ele conhece Hemingway, Dali, Man Ray, Buñuel, Gertrude Stein, entre vários outros artistas renomados. Stein passa a aconselhar Gil sobre seu livro nas frequentes visitas que agora costuma fazer trazido pela carruagem do tempo.  Durante uma dessas viagens ele conhece  Adriana.

 Adriana é uma personagem fictícia que convive com os intelectuais da época e é a atual namorada de Picasso, Gil e Adriana ficam muito próximos e um noite em que eles caminham conversando por uma rua, no soar dos sinos da meia noite, eles embarcam em uma carruagem que os leva à Belle Époque francesa, que para Adriana, era o tempo mais atraente e efervescente culturalmente. Gil não consegue entender como alguém que convive com as pessoas que ele julga serem as mais brilhantes de todos os tempos, não é capaz de enxergar isso e julgar que outra época é melhor do que a que ela vive.

Eis ai a grande questão do filme, o eterno retorno da nostalgia no ser humano, que teima em achar que o passado sempre é mais atraente, tendendo a ignorar as belezas e atrativos de sua própria época.
Considerando-se o tempo infinito e as combinações de forças em conflito que formam cada instante finitas, em algum momento futuro tudo se repetirá infinitas vezes. Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente.” (Http://pt.wikipedia.org/wiki/eterno_retorno)

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