E uma vontade pertencente a todo ser humano, voltar ao
passado.
A
maioria de nós tem um sentimento de admiração em relação a um tempo que não
vivemos e que utopicamente parece ser melhor que o nosso presente. Muitos
roqueiros nascidos nos anos 80 em diante nutrem um fervor pelos anos 60, por
toda sua rebeldia e quebra de paradigmas sociais e musicais. Pelo Flower Power,
pelo movimento hippie, pelo surgimento de bandas como The Doors, Led Zeppelin,
The Beatles, Jimi Hendrix, Janis Joplin, etc.
Para
o protagonista do filme “Meia noite em Paris”, do diretor Wood Allen, paris dos
anos 20 era a época de ouro das artes, Gil, um escritor e roteirista americano
fã de Hemingway e completo saudosista, viaja a capital francesa com sua noiva e
seus sogros, e para fugir das conversas conservadoras republicanas a respeito
de assuntos diversos desprovidos de qualquer viés artístico ou intelectual( desde
a guerra do Iraque ao desprezo pela França e pelos franceses), Gil sai para
conhecer as ruas da cidade. No badalar das doze horas, uma carruagem cruza seu
caminho e lhe leva a paris dos anos 20, lá ele conhece Hemingway, Dali, Man
Ray, Buñuel, Gertrude Stein, entre vários outros artistas renomados. Stein
passa a aconselhar Gil sobre seu livro nas frequentes visitas que agora costuma
fazer trazido pela carruagem do tempo.
Durante uma dessas viagens ele conhece Adriana.
Adriana é uma personagem fictícia que convive
com os intelectuais da época e é a atual namorada de Picasso, Gil e Adriana
ficam muito próximos e um noite em que eles caminham conversando por uma rua,
no soar dos sinos da meia noite, eles embarcam em uma carruagem que os leva à Belle
Époque francesa, que para Adriana, era o tempo mais atraente e efervescente
culturalmente. Gil não consegue entender como alguém que convive com as pessoas
que ele julga serem as mais brilhantes de todos os tempos, não é capaz de
enxergar isso e julgar que outra época é melhor do que a que ela vive.
Eis
ai a grande questão do filme, o eterno retorno da nostalgia no ser humano, que
teima em achar que o passado sempre é mais atraente, tendendo a ignorar as
belezas e atrativos de sua própria época.
“Considerando-se
o tempo infinito e as combinações de forças em conflito que formam cada
instante finitas, em algum momento futuro tudo se repetirá infinitas vezes.
Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente.”
(Http://pt.wikipedia.org/wiki/eterno_retorno)
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