sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Crepúsculo dos Deuses", por Renata Santos


Crepúsculo dos deuses é uma produção noir da Paramount filmes, do austríaco Billy Wilder, que acompanha o drama da lendária estrela do cinema mudo, a gloriosa Norma Desmond. O filme pode ser considerado um retrato sarcástico das estrelas de Hollywood modernas, presas a ambições e ilusões efêmeras da fama.

No filme, o roteirista Joe Gillis está em apuros financeiros e prestes a ver seu carro confiscado, ele tem seu argumento rejeitado. No fundo do poço, Joe conhece inusitadamente a mansão de Norma Desmond, onde é confundido com um coveiro. Depois de resolvido o mal entendido e quando Norma, que pretende voltar as telas, descobre que ele faz argumentos para a Paramount, ela o convida a reescrever o seu roteiro. Apesar de não simpatizar com o estilo excêntrico e fantasioso da atriz decadente, ele aceita o trabalho visando solucionar seus problemas com dinheiro. A relaçaõ entre os dois é muito conturbada, porque Joe Gillis não suporta o mundo nostálgico e de fantasia em que Norma vive metida. Norma responde cartas que o próprio mordomo escreve para alimentar suas ilusões e todo o tempo, exibe uma prepotência irrisória que a afasta de todos e tenta, ridiculamente, seduzir Joe, o que o faz odiá-la ainda mais.

Gills começa a trabalhar paralela e clandestinamente com Betty Schaeffer, uma jovem roteirista que, na verdade é a personagem responsável por mostrar o contraste entre a vida reclusa e fantasiosa em companhia de Norma e o prazer da convivência com a juventude e a alegria.

Toda a trama é excepcionalmente bem elaborada e prende quem assiste através de suas cenas aparentemente cotidianas, mas que mostram claramente a prisão e a ilusão do mundo das celebridades hollywoodianas ou não.

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